JOÃO CARLOS LANÇA OBRA SOBRE RECUPERAÇÃO E SUPERAÇÃO DA DEPENDÊNCIA


O jornalista João Carlos Raposo Moreira lança, nesta sexta-feira (29), seu livro de estreia “Johnny Bigude – Fica bem”, uma narrativa autobiográfica tendo como recorte sua história de dependência química e recuperação. A obra é um retrato fragmentado dos anos 1980 e 1990, quando viveu perigosa e intensamente entre São Luís, Rio de Janeiro, Brasília, Olinda, Recife e São Paulo. O encontro com o autor e a sessão de autógrafos estão marcados para 18h30, na Livraria Amei do São Luís Shopping.

O jornalista e poeta João Carlos Raposo em ensaio de Márcio Vasconcelos: relato corajoso e inspirador.

O livro de João Carlos é um relato vibrante de suas múltiplas experiências, uma jornada que, por pouco, não custou a própria vida. A vida por um fio de alguém que escolheu a velocidade ao som dos acordes do rock nacional, do reggae de salão e da música eletrônica das boates que frequentou, as cidades onde viveu, as pessoas que cruzaram seu caminho. Tudo regado a altas doses de álcool e cocaína.

Obra assinada pelo artista visual e designer Claudio Lima: charme underground

Ao mesmo tempo que é memória, também é o presente de quem atravessou tudo e saiu do outro lado com uma história para contar. “Aqui eu conto minha vida antes, durante e após a dependência. Falo da vida e da morte, sempre tão perto, mas tantas vezes driblada. Sobrevivi, mas vi o inferno, o vivi, ninguém me contou, era eu em carne viva que estava lá. Emergi, enfim, não sem muita luta, a principal delas comigo mesmo”, escreve o autor na orelha do livro.

A obra tem projeto gráfico do artista visual Claudio Lima, incluindo os retratos de capa e contracapa; ensaio fotográfico de Marcio Vasconcelos e prefácio assinado pela jornalista e escritora Andréa Oliveira. “Somos passageiros dele nessa viagem acelerada, que começa e termina quase num fôlego só. Trem bala, ônibus ladeira abaixo, carro envenenado a mil por hora. Passado o transe, no entanto, a sensação que fica é que todas as semelhanças com a ficção são e não são mera coincidência”, escreve Andréa.

Antes de concluir o livro, João Carlos vem compartilhando há alguns meses sua história em forma de palestras, oportunidades em que mostra aos ouvintes como conseguiu sair da roda viva e reescrever sua vida a partir de um novo lugar. “Minha ideia com este livro é ser uma inspiração, ser uma luz, para quem enfrenta essa batalha e também para seus familiares e amores. (…) Mas é uma luta que vale a pena para enfim ficarmos bem”, reflete.

Além do relato, em primeira pessoa, a obra reúne um álbum de fotografias em retrospectiva, desde o menino até o homem que hoje celebra, aos 59  anos, o que ele próprio chama de “uma gostosa vida pacata em São Luís”. As imagens dele em diversos momentos aparecem alinhavadas a uma parte de sua correspondência da época, afetos registrados pelos correios.

A iniciativa é um relato corajoso, “mais coragem do que homem”, como a letra de Carcará, do outro João também maranhense, o do Vale. No mundo espiritual, o carcará pode representar a necessidade de lutar pelo equilíbrio. João Carlos integra a seleta lista dos colegas mais afetuosos no meio jornalístico local. Era uma flor de lótus, no meio do pântano da dopamina sintética que destrói e desestrutura as melhores conexões com a realidade lúcida e necessária. Ele conseguiu. Vida longa e limpa, Johnny!

Fotos: Márcio Vasconcelos


AGENDA

Lançamento da obra “Johnny Bigude – Fica bem”, do jornalista João Carlos Raposo Moreira

Quando? Sexta, 29/11

Horário: 18h30

Onde? Livraria Amei – São Luís Shopping

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