MARANHÃO E O APAGÃO INTELECTUAL

Dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica atestam que um, em cada três professores de escolas públicas, não possui a formação adequada para lecionar. Um a cada dez professores da Educação Básica no país não tem Ensino Superior Completo, de acordo com o Censo Escolar 2023. O Maranhão, embora os esforços direcionados pelos últimos governos tenham sido nesta direção, ostenta a pior situação: 33% não têm diploma universitário.

Para completar o apagão educacional, o IBGE aponta que o percentual de pessoas sem instrução no Maranhão é o maior do país. 16,6% da população do estado, com 25 anos ou mais, não frequentou a escola. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) – Educação 2019. Em termos absolutos, são 661 mil maranhenses sem instrução.

Apenas 11,4% da população do Maranhão tinha nível superior em 2022. Os 190 mil estudantes maranhenses no Ensino Superior correspondem a parcos 2,2% do total de alunos de graduação no Brasil. 

A 14ª. edição do Mapa da Educação Superior no Brasil (2024) aponta ainda que o Maranhão detém a menor taxa de escolarização líquida, a que mede o percentual de jovens de 18 a 24 anos matriculados no Ensino Superior em relação ao todo do país, na mesma faixa etária. 11,1% abaixo da média nacional, que é de 18,1%.

Maranhão tem pior acesso à internet do Brasil, além dos péssimos indicadores educacionais

Os dados persistem ano a ano. Por ocasião do lançamento do programa Mais Professores, do governo federal, foi amplamente divulgado que a maioria das cidades sem professores se encontra no Maranhão. Dos 106 municípios onde mais da metade dos docentes não têm diploma universitário, 53 são maranhenses.

Para completar a situação de contramão do desenvolvimento humano, o Índice Brasileiro de Conectividade (IBC), divulgado ano passado, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com base em dados de 2023, mostrou que estado ocupa a última posição em conectividade dentre as 27 unidades da federação. Ou seja, apenas 25,59% da população maranhense têm acesso à internet. O Distrito Federal, primeiro colocado do ranking, tem 95,24% dos seus habitantes conectados.

A pobreza incrustrada na realidade socioeconômica maranhense, há décadas, possui várias causas, muitas cruzadas com diversos fatores. A calamitosa situação educacional pode ser um bom começo para compreendê-la e, quiçá, erradicar essa vergonhosa situação.

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