DEBATE SOBRE SUCESSÃO NO MARANHÃO: ENTRE O PRECIPITADO E O RIDÍCULO

A midiatização antecipada e precipitada sobre a sucessão do governador Carlos Brandão tem sido o pior adversário da população maranhense, castigada há décadas pela pobreza e pela reprodução do ciclo de miséria nas famílias. Nem mesmo a vinda de um ministro do Combate à Fome, Wellington Dias, teve mais repercussão do que as ilações em torno de quem será o candidato do Palácio dos Leões em 2026.

“Sou o último governador do Maranhão pobre”, afirmou Pedro Neiva de Santana, na década de 70. De lá pra cá, já conhecemos os indicadores, com alguns avanços, mas muitas descontinuidades em programas estratégicos para que o estado superasse a situação social vexatória.

O debate em torno das questões que afetam o desenvolvimento do Maranhão é ainda mais pobre fora dos meios acadêmicos. O Governo do Estado tem investido em programas sociais, chegou a aumentar a taxação sobre armas, munições e artigos de luxo, tendo hoje a maior rede de restaurantes populares da América Latina. Porém, nada reverbera mais do que especular quem será o próximo a sentar na cadeira maranhense mais poderosa.

Ex-governador José Reinaldo Tavares, em entrevista ao publicitário Felipe Klamt, reafirma que o foco do governador no momento não é falar de eleição

Exemplo disso foi a entrevista com o ex-governador José Reinaldo Tavares, ao programa Palpite do jornal O Imparcial, apresentado pelo comunicador Felipe Klamt, com ampla repercussão nos meios políticos e de informação. Muitos tiraram “casquinha” das declarações de Tavares. Certa viuvez dos tempos idos chegou a forçar uma torcida com a declaração do atual secretário de Desenvolvimento e Programas Estratégicos do Governo de que o governador teria apoio de Lula para concorrer ao Senado.   

Tavares, que hoje se dedica aos projetos de sua pasta, de “férias” da política, foi o primeiro a estabelecer o combate à miséria como meta de Governo. Apesar da proximidade, o blog não tem procuração para falar em nome do ex-governador que foi o responsável pela maior transformação na configuração política dos quadros da política maranhense nas últimas décadas. Mas lamenta que o livre exercício de opinar seja patrulhado ou usado nas tribunas legislativas para a retórica da picuinha em detrimento de temas que podem melhorar a vida sofrida de 57,9% da população pobre do estado.

Pitacos eleitorais, piadas e performances em redes sociais podem até fazer parte do jogo político. Só que, aqui entre nós, beira o ridículo.

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