RANKING APONTA SÃO LUÍS COMO SEGUNDA CAPITAL DO BRASIL PIOR PARA QUEM É MULHER

O primeiro ranking nacional sobre Igualdade de Gênero, nas grandes e médias cidades brasileiras traz Açailândia (MA), em 80. Lugar e São Luís, a capital do estado, em 20. Lugar, entre as Piores Cidades para Ser Mulher.

O estudo foi realizado pela Tewá 225, uma consultoria de impacto positivo que traz soluções para os desafios socioambientais das empresas, organizações e governos. Desde 2013, a organização emprega uma metodologia própria de escuta e participação social na construção de estudos e soluções, com viés de gênero, escuta territorial e gestão do conhecimento, tendo atuado com mais de 50 empresas e organizações, como Unesco, ONU Mulheres, Unicef, OIT, GIZ, WRI,Tereos, Fundação Tide Setubal e Instituto Votorantim, em mais de 50 cidades de todas as regiões do país.

A consultoria é composta 100% por mulheres, certificada pela Rede Mulher Empreendedora, membro da rede Parceiros Pela Amazônia (PPA) e signatária do acordo race to zero (compromissos de redução de emissões de carbono ou neutralização de suas emissões), pelo qual também integra a rede SME Climate Hub.

Região do Marcado Central de São Luís: flagrantes da condição feminina em estado degradante

O relatório analisou 319 cidades brasileiras, com mais de 100 mil habitantes, para medir desigualdades de gênero em áreas fundamentais como desigualdade salarial, presença feminina nas câmaras de vereadores, taxa de jovens mulheres (entre 15 e 24 anos) que não estudam nem trabalham e a diferença percentual entre homens e mulheres nessa mesma situação. A análise também considerou fatores como raça, biomas, economia regional e outras realidades que moldam as oportunidades disponíveis para as mulheres. Cada indicador foi pontuado de 0 a 100, levando em conta aspectos como raça, regionalidade, biomas e características econômicas que impactam as oportunidades para as mulheres.

​Os dados são estarrecedores: 99% dos municípios brasileiros apresentam taxas de feminicídio acima do parâmetro da ONU, que é de 3 mortes por 100 mil mulheres; 96% das cidades têm menos de 30% de mulheres ocupando vagas em câmaras municipais. Em 68% dos municípios analisados as mulheres recebem salários inferiores aos dos homens.

Metodologia – Os resultados foram obtidos a partir dos dados de 2024, do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), com foco nos principais indicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da ONU, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, promovendo um mundo mais justo e igualitário.

​São Luís aparece no estudo como a segunda capital do Brasil classificada como Pior Cidade para Ser Mulher. Os dados são reveladores. Em 2024, foram registrados 46 feminicídios no Maranhão, com nove deles ocorrendo na Região Metropolitana de São Luís. A capital maranhense começou a diminuir a taxa de mortalidade materna, que ainda se mantém elevada. É a cidade em que as mulheres ganham em média 28,14% a menos que os homens. Ou seja, para cada R$ 100,00 recebidos pelos homens, as mulheres ludovicenses ganham R$ 71,86. Os dados referentes são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do segundo trimestre do ano passado.

Com frequência, homens exercendo mandatos públicos têm sido denunciados por casos de agressão a mulheres em São Luís. Se não fossem os movimentos feministas da capital, exigindo cassação, muitos estariam ainda legislando na condição de descumpridores da lei.

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